Ser mãe é padecer no paraíso, quanta alegria e celebração à mulher que pode dizer isso – ela é mãe de filho vivo. Mãe de filho morto é mulher que desce ao inferno da dor, do desespero e da depressão. Sua vida, de céu não tem nada, há apenas um quedar-se insone, ansioso e impotente diante de um destino que não pode mudar. Se mães pudessem pressentir a morte inesperada de filhos, em crimes e acidentes, ou salvá-los de morte anunciada por enfermidade que vai se estendendo, simbolicamente tentariam aquilo que é fisiologicamente impossível: pelo mesmo e agora já inexistente cordão umbilical, através do qual os colocaram no mundo, os trariam de volta ao aconchego do útero. Sim, é nele, útero, que a constante dor emocional da morte, quase sempre psicossomatizada, lateja fisicamente. Psicólogos afirmam: “Muitas mulheres, ao perderem suas crianças, sentem pontadas no útero” – útero que já foi preenchido pelo feto, feto que virou filho, filho que virou sepultura.
(revista IstoÉ)
Nós
mães,
Não
colocamos filhos no mundo para que virem bandidos,
Não
colocamos filhos no mundo para que se percam no caminho das drogas,
Não
colocamos filhos no mundo para que fiquem a mercê da violência.
Não
colocamos filhos no mundo para serem mortos pelas costas, na porta da Escola,
em frente à própria casa.
Não
colocamos filhos no mundo para atropelarem, e muito menos para serem
atropelados por alguém.
Não
colocamos filhos no mundo para que causem acidente no transito, e muito menos
para que morram no transito.
Colocamos
filhos no mundo para que sejam pessoas de bem, de bom caráter, e que não abusam
das necessidades dos outros para se “dar bem”
Colocamos
filhos no mundo para que sejam bons profissionais e não mercenários,
Para
que lutem pelos nossos direitos, e não para que virem políticos safados.
Nina Linhares